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quinta-feira, 15 de maio de 2025

A Formação do Analista e a Prática Clínica na Psicanálise

A formação do psicanalista é um caminho singular, profundo e, acima de tudo, experiencial. Diferentemente das formações tradicionais em saúde mental, como psicologia ou psiquiatria, a psicanálise possui uma trajetória formativa própria, pautada não apenas no conhecimento teórico, mas sobretudo na vivência subjetiva do próprio analista em formação.



A base da formação em psicanálise é sustentada por um tripé essencial:

  • Análise pessoal: NenhumpodeNenhum sujeito pode conduzir o outro em um processo analítico sem antes ter passado por sua própria travessia. A análise pessoal é a experiência do futuro analista em sua própria divã, enfrentando suas resistências, traumas e inconscientes. Como diria Lacan, o inconsciente é o discurso do Outro — e escutá-lo em si mesmo é o primeiro passo para poder escutá-lo no outro.

  • Supervisão clínica: A supervisão é o espaço de troca entre o analista em formação e um analista mais experiente. É ali que os casos clínicos são apresentados, ouvidos e atravessados ​​pela ética psicanalítica. A supervisão é um exercício de humildade e de escuta, onde se aprende não a “resolver problemas”, mas a sustentar perguntas.

  • Estudo teórico: A leitura atenta e contínua dos textos de Freud, Lacan e outros autores contemporâneos é fundamental. A sustenta teoria a prática, mas não a engessa. Em psicanálise, o saber não é dogmático — ele se construiu na escuta e no desejo de saber mais sobre o sujeito e seus modos de gozo.

O cenário analítico é um espaço privilegiado para que o sujeito fale livremente. A regra fundamental da associação livre cria as condições para que o inconsciente se manifeste. O analista, por sua vez, sustenta uma escuta flutuante, intervindo pontualmente — muitas vezes por meio de cortes, ocasiões e interpretações — para provocar deslocamentos no discurso do analisando.

É importante frisar que o analista não é um conselheiro, nem um solucionador de problemas.nãoSeu lugar é o de quem sustenta o enigma, de quem escuta o que não foi dito, de quem aposta na fala do sujeito e em sua capacidade de ressignificar suas experiências.



Ser analista é, acima de tudo, uma posição ética. Lacan nos lembra que a ética da psicanálise é a ética do desejo — não o desejo do analista, mas o desejo do sujeito, que se articula a partir de sua castração, de suas faltas e de seus traumas.

O analista deve estar avisado de seu lugar e de seu desejo, para não cair na armadilha de “salvar” o paciente ou de conduzi-lo para um ideal de normalidade. A escuta analítica respeita o tempo do sujeito, seus silêncios, suas repetições e, principalmente, sua singularidade.


A formação do analista nunca termina. Ela é contínua, atravessada por novas leituras, novas supervisões, novas análises. O analista está sempre se formando, porque está sempre se implicando — em cada escuta, em cada transferência, em cada afeto que emerge no consultório.

Se a clínica é a prática da escuta, a formação é a prática da escuta de si mesmo. Por isso, ser analista está em constante deslocamento, disposto a ser tocado, atravessado e, quem sabe, transformado pela fala do outro.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Fundamentos da tecnica psicanalítica 1

 Título: Técnica Psicanalítica I

Autor: Lucas Vieira Martins

Elementos Pré-Textuais:

  • Capa:

    • Nome da Instituição: Unilogos

    • Título do Trabalho: Técnica Psicanalítica I

    • Nome do Autor: Lucas Vieira Martins

Resumo:

  • Este trabalho aborda a técnica psicanalítica como ferramenta essencial no processo clínico. A pesquisa explora os fundamentos teóricos da técnica, seus princípios básicos e as primeiras etapas do tratamento. Além disso, discute sua aplicação prática na clínica contemporânea. Destacam-se conceitos fundamentais como associação livre, interpretação, resistência e transferência. O estudo reforça a importância da técnica psicanalítica para a formação profissional do analista e a eficácia do método na abordagem do inconsciente.

  • Palavras-chave: Técnica Psicanalítica, Freud, Inconsciente, Transferência, Interpretação.

  • Sumário:

    • Introdução

    • Fundamentos da Técnica Psicanalítica

    • As Primeiras Etapas do Tratamento

    • Aplicações Clínicas da Técnica Psicanalítica

    • Conclusão

    • Referências Bibliográficas

Elementos Textuais:

  • 1. Introdução:

    • A técnica psicanalítica é um instrumento essencial para o trabalho clínico, permitindo o acesso ao inconsciente e a elaboração de conteúdos reprimidos. Este trabalho busca apresentar os principais fundamentos dessa técnica, sua evolução histórica e suas aplicações na prática clínica. A psicanálise, desde Freud, desenvolveu uma metodologia rigorosa para compreender e tratar os fenômenos psíquicos inconscientes. Neste contexto, a técnica psicanalítica desempenha um papel fundamental ao estruturar a prática do analista. A introdução deste estudo contextualiza a relevância da técnica e sua necessidade no desenvolvimento da escuta psicanalítica.

  • 2. Desenvolvimento:

    • 2.1. Fundamentos da Técnica Psicanalítica:

      • A técnica psicanalítica baseia-se na associação livre, na atenção flutuante e na interpretação dos conteúdos inconscientes.

      • A relevância do conceito de inconsciente e sua relação com o método psicanalítico.

      • O papel da transferência e da contratransferência na relação analítica.

      • Freud desenvolveu a técnica psicanalítica a partir da observação clínica e de sua experiência com pacientes histéricos. A técnica fundamenta-se na escuta atenta do analista e no manejo adequado da transferência.

      • A associação livre permite que o paciente expresse seus pensamentos sem censura, facilitando a emergência de conteúdos inconscientes.

      • A atenção flutuante, por sua vez, é o modo como o analista escuta sem privilegiar um discurso em detrimento de outro.

      • A transferência é um dos pilares da psicanálise, pois projeta no analista elementos psíquicos do paciente, possibilitando a interpretação e elaboração de conflitos internos.

      • A contratransferência, por sua vez, representa as reações emocionais do analista e deve ser manejada com cuidado para não interferir no processo terapêutico.

    • 2.2. As Primeiras Etapas do Tratamento:

      • A importância da entrevista inicial e da construção do setting analítico.

      • A análise da resistência e a interpretação dos mecanismos de defesa.

      • O papel do analista na condução do processo terapêutico.

      • A entrevista inicial é um momento crucial na psicanálise, pois permite estabelecer o contrato terapêutico e compreender as demandas do paciente. O setting analítico, com seu caráter estruturado, promove um ambiente propício para a livre expressão psíquica.

      • Durante as primeiras sessões, é comum o surgimento de resistências, que são mecanismos defensivos utilizados pelo paciente para evitar o contato com conteúdos dolorosos.

      • A interpretação das resistências é um aspecto essencial do trabalho analítico, pois permite acessar aspectos reprimidos da psique.

      • O analista, ao manter uma postura neutra e acolhedora, favorece o desenvolvimento do processo terapêutico, respeitando o tempo e as dificuldades do paciente.

    • 2.3. Aplicações Clínicas da Técnica Psicanalítica:

      • Estudos de caso exemplificando a aplicação dos conceitos discutidos.

      • Desafios e limitações do método psicanalítico na clínica contemporânea.

      • Questões éticas envolvidas na prática da psicanálise.

      • A psicanálise tem sido aplicada em diversos contextos clínicos, desde atendimentos individuais até intervenções institucionais. A técnica psicanalítica mostrou-se eficaz no tratamento de neuroses, psicoses e transtornos de personalidade.

      • Estudos clínicos indicam que a abordagem psicanalítica promove uma maior compreensão dos conflitos internos e melhora a qualidade de vida do paciente. No entanto, a técnica exige tempo e dedicação, o que pode ser um desafio tanto para o paciente quanto para o analista.

      • A ética na psicanálise é um aspecto fundamental, pois envolve o sigilo profissional, o manejo da transferência e o respeito à singularidade do paciente.

      • Assim, a prática psicanalítica deve ser constantemente revisitada e aprimorada para garantir sua eficácia e relevância.

  • 3. Conclusão:

    • A técnica psicanalítica continua sendo um pilar fundamental para a prática clínica, contribuindo significativamente para a escuta e compreensão do paciente.

    • O estudo destaca a necessidade de aprofundamento contínuo por parte do analista, garantindo uma aplicação ética e eficiente do método.

    • A escuta analítica e a compreensão do inconsciente são aspectos indispensáveis para o êxito do tratamento psicanalítico.

Elementos Pós-Textuais:

  • Referências Bibliográficas:

    • FREUD, Sigmund. "A Interpretação dos Sonhos". São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

    • FREUD, Sigmund. "Psicopatologia da Vida Cotidiana". São Paulo: Imago, 1996.

    • LAPLANE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. "Vocabulário da Psicanálise". São Paulo: Martins Fontes, 2001.

    • RASSIAL, Jean-Jacques. "A Transferência em Psicanálise". Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

    • NASIO, Juan-David. "O Prazer de Ler Freud". Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

    • WINNICOTT, Donald. "O Ambiente e os Processos de Maturação". São Paulo: Martins Fontes, 1983.

    • LACAN, Jacques. "Escritos". Rio de Janeiro: Zahar, 1998.


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Palavras-chave para a Psicanálise: Um Guia Essencial

 

Palavras-chave para a Psicanálise: Um Guia Essencial

As palavras-chave são ferramentas fundamentais para a compreensão e a comunicação na psicanálise. Elas nos permitem acessar um universo complexo de conceitos e ideias que dão forma a nossa compreensão da mente humana.

Palavras-chave Fundamentais:

  • Inconsciente: A parte da mente que contém pensamentos, desejos e memórias que estão fora da consciência imediata, mas que influenciam nosso comportamento.
  • Id, Ego e Superego: Modelos estruturais da personalidade propostos por Freud, representando respectivamente o princípio do prazer, o princípio da realidade e a internalização das normas sociais.
  • Complexo de Édipo: Um conjunto de sentimentos inconscientes em relação aos pais, que se manifesta na infância e influencia o desenvolvimento psicológico.
  • Transferência: O fenômeno pelo qual o paciente repete, na relação com o analista, sentimentos e experiências do passado.
  • Resistência: As forças inconscientes que se opõem à análise e ao processo de mudança.
  • Interpretação: A técnica fundamental da psicanálise, na qual o analista busca desvendar o significado inconsciente das palavras e ações do paciente.
  • Angústia: Um sinal de que um conflito psíquico está ocorrendo.
  • Sintoma: Uma manifestação externa de um conflito psíquico interno.
  • Defesa: Mecanismos inconscientes que o ego utiliza para se proteger de ansiedades.
  • Sublimação: Um mecanismo de defesa que transforma impulsos inaceitáveis em atividades socialmente valorizadas.

Palavras-chave mais específicas:

  • Castração: A ideia de que a criança renuncia à posse do objeto primário (geralmente a mãe) como condição para entrar na cultura.
  • Nome-do-pai: A função simbólica que organiza o desejo e a lei.
  • Objeto a: Um objeto parcial que representa a falta e o desejo.
  • Gozo: A busca por uma satisfação plena e infinita, que nunca pode ser totalmente alcançada.
  • Real: A dimensão da experiência que escapa à simbolização e à linguagem.
  • Simbólico: A dimensão da linguagem e da cultura que organiza a experiência.
  • Imaginário: A dimensão das imagens e das identificações.

Por que as palavras-chave são importantes?

  • Comunicação: Facilitam a comunicação entre os profissionais da área e entre estes e os pacientes.
  • Compreensão: Ajudam a compreender os processos psíquicos e as teorias psicanalíticas.
  • Orientação: Orientam a prática clínica, permitindo que o analista faça interpretações e intervenções mais precisas.

Como utilizar as palavras-chave:

  • Estudo: Consulte dicionários e obras de referência para aprofundar o significado das palavras-chave.
  • Prática clínica: Utilize as palavras-chave para descrever e compreender os fenômenos psíquicos observados em seus pacientes.
  • Discussões: Participe de discussões e grupos de estudo para trocar ideias sobre o significado e a aplicação das palavras-chave.

Recursos adicionais:

  • Dicionários de psicanálise: São ferramentas indispensáveis para a consulta de termos técnicos.
  • Obras de referência: Consulte os escritos de Freud, Lacan e outros autores clássicos e contemporâneos.
  • Grupos de estudo: Participe de grupos de estudo para discutir e aprofundar seus conhecimentos.


Quando Iniciar a Prática como Psicanalista: Um Caminho Delicado e Gradual

 

Quando Iniciar a Prática como Psicanalista: Um Caminho Delicado e Gradual

A decisão de iniciar a prática como psicanalista é um passo importante e delicado na carreira de um profissional da saúde mental. Não existe uma resposta única para a pergunta "quando" iniciar, pois essa decisão envolve uma série de considerações tanto teóricas quanto práticas.

Fatores a serem considerados:

  • Formação teórica e clínica: É fundamental ter uma sólida formação em psicanálise, incluindo teoria, técnica e vivência clínica. A análise pessoal, obrigatória para os psicanalistas, é um dos pilares dessa formação, pois permite ao futuro profissional ter uma experiência pessoal do processo analítico.
  • Supervisionamento: A supervisão clínica é essencial para acompanhar o desenvolvimento do profissional e garantir a qualidade do atendimento aos pacientes. O supervisor desempenha um papel fundamental na orientação e no acompanhamento do trabalho do analista iniciante.
  • Experiência clínica: É importante adquirir experiência clínica antes de iniciar a prática autônoma. Essa experiência pode ser adquirida em instituições, serviços de saúde ou em atendimentos supervisionados.
  • Amadurecimento pessoal: A prática da psicanálise exige um amadurecimento pessoal e emocional do profissional. É necessário que o analista tenha desenvolvido uma certa estabilidade emocional e uma capacidade de escuta ativa.
  • Rede de apoio: Contar com uma rede de apoio, como colegas de profissão, supervisores e instituições de referência, é fundamental para o início da prática.

Quando se sentir preparado:

Não existe uma fórmula mágica para saber quando se está pronto para iniciar a prática como psicanalista. A decisão deve ser tomada de forma individual, considerando os fatores mencionados acima. É importante se sentir confiante em suas habilidades e preparado para lidar com as complexidades da clínica psicanalítica.

Algumas perguntas para se fazer:

  • Sinto-me seguro para atender pacientes?
  • Tenho a formação teórica e clínica necessária?
  • Tenho um supervisor para me acompanhar?
  • Tenho uma rede de apoio?
  • Estou preparado para lidar com as dificuldades da clínica?

É importante lembrar que:

  • A prática da psicanálise é um processo contínuo de aprendizado e aprimoramento.
  • A supervisão deve ser mantida ao longo da carreira, mesmo após o início da prática autônoma.
  • A busca por atualização constante é fundamental para o profissional da psicanálise.

Em resumo:

A decisão de iniciar a prática como psicanalista é uma decisão importante que deve ser tomada com cuidado e responsabilidade. É fundamental que o profissional esteja bem preparado e tenha uma sólida formação teórica e clínica. A supervisão, a experiência clínica e o amadurecimento pessoal são elementos essenciais para o sucesso da prática.

Gostaria de saber mais sobre algum aspecto específico da prática do psicanalista? Por exemplo, podemos discutir:

  • Como encontrar um supervisor.
  • Como construir uma clínica.
  • Como lidar com as dificuldades da clínica.
  • A importância da ética na prática psicanalítica.

Se você tiver alguma dúvida, não hesite em perguntar!

Recursos adicionais:

Para aprofundar seus conhecimentos sobre a prática da psicanálise, sugiro a leitura de obras de autores como:

  • Jacques Lacan: Seus escritos são fundamentais para a compreensão da teoria psicanalítica.
  • Sigmund Freud: O fundador da psicanálise oferece uma base sólida para a compreensão do funcionamento psíquico.
  • Autores contemporâneos: Existem diversos autores contemporâneos que abordam a prática clínica da psicanálise, como Didier Anzieu, André Green e outros.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Neuropsicanálise: A Interseção entre Psicanálise e Neurociências

 

     A neuropsicanálise é um campo fascinante que une dois mundos aparentemente distintos: a psicanálise e as neurociências. Ao explorar as complexidades da mente humana, a neuropsicanálise busca entender como os processos neurobiológicos se entrelaçam com os aspectos psicológicos e emocionais da experiência humana.

Ao combinar os insights da psicanálise, que examina as profundezas do inconsciente e os padrões inconscientes de pensamento e comportamento, com as descobertas das neurociências, que investigam as bases neurais da cognição e emoção, a neuropsicanálise lança uma nova luz sobre questões antigas.

Por meio de técnicas como a ressonância magnética funcional (fMRI) e estudos de caso clínico, os neuropsicanalistas podem examinar como os processos mentais descritos por Freud, Jung e outros pioneiros da psicanálise se manifestam no cérebro humano. Isso nos permite entender melhor como os traumas, conflitos inconscientes e dinâmicas interpessoais influenciam a atividade cerebral e vice-versa.

No entanto, a neuropsicanálise não busca reduzir a complexidade da experiência humana a meros processos biológicos. Em vez disso, ela reconhece a interação dinâmica entre mente e cérebro, destacando como as experiências emocionais e relacionais moldam a plasticidade cerebral e a formação de novas conexões neurais.

Ao integrar essas duas perspectivas, a neuropsicanálise oferece uma abordagem mais holística e integrada para compreender a mente humana. Ela nos lembra que somos seres tanto biológicos quanto psicológicos, e que a verdadeira compreensão da mente requer uma apreciação profunda de ambas as dimensões.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

manejo clinico

  Os processos de manejo pra psicanalise , nao e aprendido de uma hora pra outra , e sim é construido por nosssas questões e observações , o que nos uni é o manejo no tripé , porém cada um irá contribuir de acordo com sua própria visão clínica e suas formas de ver a psicanalise .


Temos estar no lugar da escuta, e o caminho dos sintomas , oque aquele sintoma esta falando , para colocar o sujeito no processo de de sintoma , e reviver de forma , que ele reconheça suas livres associações .



Tempo inconsciente é de cada um , permita que o outro se expresse de forma a respietar a singularidade do ser falante, nenhuma relação de dor do analista com o sofrimento , que o analisante dite o tempo , de seu inconsciente .



O estranho na análise se estranhão no processo de análise , de como o ser falante pensa, e soma, no processo de análise , esse estranhamento é um conflito de de conflitos, contra o desejo do analista , e resistência a mudanças , então essa resistência tem que ser de forma sutil , no tempo do analisando , sem censura, ou culpa , ou estrnhamentos por parte do analista, que este esteja de forma em dia com sua análise , e saiba trabalhar a autonomia do indivíduo pra com o sofrimento de formas diferentes na singularidade de cada sujeito.



#respeito ,#lacan, #Freud, #psicanálise,

domingo, 3 de dezembro de 2023

Como identificar um psicopata

 


Como identificar um psicopata

Introdução:

Os psicopatas são uma das personalidades mais intrigantes e temidas da humanidade. Eles são frequentemente retratados como criminosos ou assassinos em filmes e livros, mas na verdade existem muitos psicopatas que vivem entre nós, sem que ninguém perceba.

Neste artigo, vamos discutir o que é um psicopata, como identificá-lo e o que fazer se você suspeitar que conhece um.

O que é um psicopata?

Um psicopata é uma pessoa que apresenta um padrão de comportamento antissocial, impulsivo e sem remorso. Eles são frequentemente descritos como charmosos, sedutores e manipuladores, mas também podem ser violentos e agressivos.

Os psicopatas geralmente apresentam os seguintes traços de personalidade:

  • Ausência de empatia ou remorso: Os psicopatas não conseguem se colocar no lugar dos outros e não sentem remorso por suas ações. Por exemplo, um psicopata pode atropelar uma criança e não sentir remorso pelo que fez.
  • Manipulação: Os psicopatas são mestres da manipulação e usam essa habilidade para obter o que querem. Eles podem ser muito convincentes e sabem como usar as palavras para controlar os outros. Por exemplo, um psicopata pode mentir para alguém para conseguir um emprego ou um empréstimo.
  • Ausência de remorso: Os psicopatas não sentem remorso por suas ações, mesmo que sejam prejudiciais aos outros. Por exemplo, um psicopata pode roubar de alguém sem se preocupar com as consequências.
  • Impulsividade: Os psicopatas são impulsivos e não pensam nas consequências de suas ações. Eles podem fazer coisas que são prejudiciais a si mesmos ou aos outros sem se preocupar com as consequências. Por exemplo, um psicopata pode gastar todo o seu dinheiro em jogos de azar ou drogas.
  • Mentira: Os psicopatas são mentirosos compulsivos e usam a mentira para obter o que querem. Eles podem mentir sobre qualquer coisa, desde sua idade até seus antecedentes. Por exemplo, um psicopata pode mentir sobre seu nome ou sua história para se aproximar de alguém.
  • Falta de apego: Os psicopatas não são capazes de formar laços emocionais com outras pessoas. Eles podem ter relacionamentos superficiais, mas não são capazes de sentir amor ou carinho. Por exemplo, um psicopata pode ter um relacionamento com alguém, mas não sentir nada por essa pessoa.

Como identificar um psicopata?

Não é sempre fácil identificar um psicopata, pois eles são geralmente muito bons em esconder sua verdadeira natureza. No entanto, existem alguns sinais que podem indicar que você está lidando com um psicopata.

  • Eles são charmosos e sedutores: Os psicopatas são frequentemente descritos como charmosos e sedutores. Eles sabem como fazer as pessoas se sentirem bem consigo mesmas e são muito bons em manipular os outros. Por exemplo, um psicopata pode se aproximar de alguém e fazer essa pessoa se sentir especial e única.
  • Eles são impulsivos e inconsequentes: Os psicopatas são impulsivos e não pensam nas consequências de suas ações. Eles podem fazer coisas que são prejudiciais a si mesmos ou aos outros sem se preocupar com as consequências. Por exemplo, um psicopata pode gastar todo o seu dinheiro em jogos de azar ou drogas.
  • Eles são mentirosos compulsivos: Os psicopatas são mentirosos compulsivos e usam a mentira para obter o que querem. Eles podem mentir sobre qualquer coisa, desde sua idade até seus antecedentes. Por exemplo, um psicopata pode mentir sobre seu nome ou sua história para se aproximar de alguém.
  • Eles não têm remorso: Os psicopatas não sentem remorso por suas ações, mesmo que sejam prejudiciais aos outros. Eles podem ferir ou matar alguém sem se importar com as consequências. Por exemplo, um psicopata pode atropelar uma criança e não sentir remorso pelo que fez.

Exemplos de comportamentos psicopatas:

Aqui estão alguns exemplos de comportamentos que podem indicar que você está lidando com um psicopata:

  • Um amigo ou familiar que é sempre charmoso e sedutor, mas que também é manipulador e mentiroso.
  • Um colega de trabalho que é sempre impulsivo e inconsequente, e que não parece se importar com as consequências de suas ações.
  • Um parceiro romântico que é sempre charmoso e sedutor, mas que também é agressivo e violento.

O que fazer se você suspeitar que conhece um psicopata?

Se você suspeitar que conhece um psicopata, é importante tomar cuidado. Os psicopatas podem ser perigosos e é importante se proteger.

Aqui estão algumas dicas para se proteger:

  • Confie em seus instintos: Se você se sentir desconfortável em torno de alguém, provavelmente há um motivo. Não ignore seus instintos.
  • Estabeleça limites: Não deixe um psicopata se aproximar demais de você. Estabeleça limites claros e não os deixe ultrapassá-los.
  • Não tenha medo de dizer não: Se um psicopata pedir algo de você, não tenha medo de dizer não. Você não precisa se justificar.
  • Não conte segredos a um psicopata: Os psicopatas podem usar seus segredos contra você. Não conte nada a eles que você não gostaria que o mundo todo soubesse.
  • Procure ajuda profissional: Se você estiver preocupado com um psicopata em sua vida, procure ajuda profissional. Um terapeuta pode ajudá-lo a lidar com a situação e proteger-se.

É importante lembrar que nem todos os psicopatas são perigosos. Alguns psicopatas conseguem viver vidas normais e produtivas. No entanto, é importante estar ciente dos sinais de psicopatia para que você possa se proteger.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

 Mecanismos de defesa


Aulas 3 (uninter)

Resumo da matéria com estudo e observações próprias e demonstrações de estudos de caso para melhor absorção do conhecimento e do meio de assimilação que melhor fará associaçnao com que já temos estudado ao longo deste percurso.



Estabelecer a diferenca entre histeria, neurose obssessiva e a paranoia analizando individualmente como se processam os mecanismos de defesa de cada uma dessas estruturas psiquicas. Freud percebe a importância que este e um elemento fundamental na importancia de entendimento dos disturbios psiquicos ,Na histeria os principais mecanismos de defesa sao os reclaques do conteudo traumático e a formação dos sintomas a partir desses recalques.


combinacao da passividade da ausencia da vida sexual que adivinhaa evitação do desprazer e esse pensamento fica se re[etindo, na neurorose obssessiva se dao na repeticao dos pensamentos seguidos de comportamentos repetitivos que substitui o pensamento desagradavel que faz esse bloqueio que substitui o pensamento desagradavel. 


Na paranoia embora nehuma autocensura esteja evidente, o processo desssa projecao e que surge apos a desconfiacainiciando a representacao do afeto reprimido.Nesses sentidos estao ligados a sintomas megalomaniacos .Segundo Lapancche 2001, nao e impresssindível que haja desenvolvimento satisfatorios do ego para que haja mecanismos de defesa em atuação.Freud em1914 escreve sobre o narcisismo etapa anterior ao processo de edipo qual o investimento libidinal é direcionado ao ego.

Apos o complexo de edipo o investrimento passa a ser direcionado para o outro (semelhante).Fase em que a criança passa por um egocentrismo, narcisismo tras a base que transforma o psiquismo em que o eu ase transforma em sua propria imagem atraves dos objetos de si, a pessoa se reconhece nas coisas que faz .Lacan desenvolve a profunda sobre narcisismo o espelho exatamente porque o outro se reconhece atravez de um tipo de espelhamento no objeto.


Os textos de Freud a resistencia a psicanlise aborda o desprazer das pessoas. ao se depararem com algo novocom algo que elas nao conhecem.

Pra freud a ciencia esta correto ao se mostrar diantede qualquer novidade que nao ofereca mecanismo daquilo que '[e diferente daquilo que estao acostumados que impedem o que e desenvolvido e de rejeitar com rigor aquilo que nao e do seu metodo investigativo. Destaca se que os mecanismode de defesa aparecem na coletividade , ao obstaculo as construcões da comunidade e da comunidade científica rechaça do que freud tem trazido de descoberta, aquilo que aparece como novo naruralmente e esperado que o sujeito tivesse a resistência a algo novo como um ceticismo, rejeitando o pensamento novo antes de avaliá lo . Impedindo que a cienciadesenvolva novos descobrimentos e descobertas .


Se tivesse algo quimico que fosse apresentado a comunidade medica inves de psiquica seria aceito sem nehum motivo pra estes serem rejeitados, grande parte dos cientistas nao entendem que grandes descobertas sejam dificeis de sair do mesmo ramo ou form de descobertas anteriores, e a resistencia que foge do controle e do esperado, ponto de ligacão em que Freud se diz como liga a teoria de rejeição ao novo do coletivo assim como na comunidade cientifica.



Ao analisar as pssiconeuroses Freud percebe que a excitacao (libido) acumulada e nao descarregada era origem de psicotraumas(reprimido).


Sensacnao da falta do calor para o bebe e falta que Freud caracteriza pelo desanparo , e responde como funciona nosso psiquismo representando funcionamento do nosso aparelho psiquico, possivel compreender as descobertas que quanto Freud teve que lidar com as resistencias da comunidade que insistiu em mostrar atraves da psicanlise como funciona nosso psiuismo e como esta em relacao ao ego.


A angustua em frente ao perigo real, a angustia em situacao coletiva social como perigo eminente como especie de sinal , eo terceito elemento de tipo de angustia quando o individio passa em uma experiencia de trauma como umasituacao que desencadeia em gatillhos sintomas mnemonicos uma angustia e um despertar dos elementos traumaticos, assim como no caso de Hans e o medo dos cavalos.


Relatos de desenvolvimento do que é o sintoma de angústia no sentido do que era o meddo de cavalo e o porque do medo de cavalo, no ponto de vista freudiana o Hans estava vendo uma forma edipiana hosti em relação ao pai, a transformação do medo do pai ao medo de cavalo.


Hans amava o pai tinha mesma medida de medo, isso acontesse no complexo de édipo , hans ver como objeto de amor o pai e a mae e este mesmo objeto de amor pode ser o objeto de medo , que neste caso transferido para o pai , afirmamos que constitui o recalque .

Representação psiquica a angustia é a mola o motor daquilo que faz aparecer o reclaque , que na consciencia reprima e o incosnciente o recalque como objeto de medo sendo o mesmo objeto de amor , como já dissemos o medo do pai de hans foi transformado em medo de cavalo, em contexto edipiano, no caso o pai aparece como terceiro elemento que o afasta da mae , o pai o afasta da mae faz com que ele constitua uma hostilidade a este pai ao mesmo tempo ele tem um amor ao pai, porem esse mesmo mecanismo de defesa é produzido pela angustia , pelo temor ao pai estava ligado ao amor que ele tinha pela mae e esta trama se institui pelo que repressenta a forma de funcionamento psiquico e assim podemos remeter a este um entendimento de mecanismo do aparelho psiquico e suas formas de repressao .


O recalque e o mecanismo que surge como pedra angular da teoria freudiana , que nem toda peça sera apresentada ao recalque como forma de repressao , que o desprazer e desmasiadamente mostrado. atraves da forma que a intensidade que o impulso represado e acontecendo que o recalque nao esta contra satisfcao emocional mas a favor dela porem ele , esta sempre reprimindo a satisfacao pulsional livre e espontanea esta sempre a servico de cuidar desse sujeito , Freud diz no seguinte sentido que nem sempre o que desejamos fazer, sentir e falar, pode ser satisfeito o recalque assim como o super ego nos protege no sentido de defender o ego , onde se surgem pulsoes perigosas e que com nao defesa do ego podem se surgir situacoes hostis, assim o que foi recalcado e ligado a forca e da establidade entre as forças psiquicas , quando a pulão expressa a sua vontade .


Diariamente vemos situações de pessoa sento repreendida a acalmar, isso seria a energia pulsional buscamndo satisfação porem temos nos atentar as exigencias pulsionais, isso é a mola fundamental para aformação do psiquismo , cabe ao analista buscar investogar não somente o psiquismo e os mecanismos de defesa, mas também o hist'rico orgânico para se desvendar com mais assertividade, sobre o mecanismo de defesa e os sintomas , e as relações estabelecidas no seu daia dia e suas transformações em obstaculos do que e trnasformado com o sintoma , que acontece ao nosso ver exemplo é a mãe que sai de extremo pesar, algumas dessas situações podem surgir angústia e desequilíbrio no aparelho psiquico , e nao evita a perturbação mas faz a tansformação , o analista não tenta acabar com o sintoma , porém o ajudar ressgnificar a o analisando a reconhecer os mecanismos de deefesa representadas nesse modo de reconhecimento de apropriacao de elucida o que esta em questao para poder tomar decisoes mis assertivas e poder ter conhecimento da raiz dos males , e ver as posssibilidades em que se pode mudar .Em que o analista pode ir trabalhando e investigando o analisando , e o ajudano a estar ciente do que lhe causa angustia e trauma no psiquismo .


conclusão:



As angustias podem surgir através de varias formas de acontecimentos desde menores ate as maiores formas principalmente nos fenomenos psiquicos que nao eram considerados , ate entao era observada somente fisica , quimica , biologia etc, porem observando se o psiquismo podemos ter novo ponto de vista que hoje comprovado neurocientificamente nos permite ter conhecimento de novas condicões de funcionamento psiquico, e assim assertividade n funcionamento do aparelho psiquico.





Lucas vieira martins 


Estudos sobre psicanalise clinica do conteudo de mecanismos de defesa em matéria vista nas aulas da formacao em bacharelado em psicanlise pela faculdade uninter , e tendo em vista ser uma forma de colocar em minhas proprias palavras o conteudo entendido e formato de aderno online que busca também visar ajudar a outros colegas em seus estudos gerais em psicanálise.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

MECANISMOS DE DEFESA AULA 2 (un- mdd 1s un)

 

 

 

 

MECANISMOS DE DEFESA

AULA 2

 

 

 

 

 

 

 

 

Prof. Marcelo de Oliveira

CONVERSA INICIAL

O recalque é na teoria freudiana um dos pilares da sua edificação teórica. Embasando a hipótese de um aparelho psíquico dividido e, como tal, apresenta produções específicas derivadas desta cisão estrutural.

Foi como um fato clínico que o recalcamento se impôs a Freud, desde seus primeiros pacientes diagnosticados com histeria. Ele observara que estes pacientes não tinham à sua disposição certas recordações. Verificou que haviam conteúdos ideativos que o paciente queria esquecer e que, intencionalmente, buscava manter fora de seu pensamento consciente.

Em seu início a teoria do recalque é considerada como correlativa ao inconsciente, ou seja, eram de início tomados como sinônimos. A compreensão era de que os conteúdos submetidos ao recalque escapavam ao domínio do sujeito e, como um grupo psíquico separado era regido por leis próprias – o chamado processo primário.

O recalque é uma condição, uma ação, direcionada a certas representações e seus derivados em que estes são impedidos de acesso à consciência. Impondo-se como uma resistência à ação destes conteúdos é necessário um exame mais detalhado de sua ação, uma vez que Freud (1915) analisa a questão da seguinte maneira:

a possibilidade de existência de um recalque não é fácil de deduzir teoricamente. Por que uma moção pulsional sucumbiria a tal destino? Aparentemente, a condição necessária para isso seria que ao atingir a meta pulsional se produzisse desprazer ao invés de prazer. Todavia, é difícil conceber algo assim, pulsões deste tipo não existem, uma satisfação pulsional sempre é prazerosa. Nesse caso, então, precisaríamos supor circunstâncias especiais, algum tipo de processo pelo qual um prazer obtido a partir da satisfação de uma pulsão fosse transformado em desprazer. (Freud, 2004 (1915), p. 177)

Há três fases possíveis no processamento do recalque: o recalque originário; o recalque propriamente dito; e o retorno do recalcado. Iremos estudá- los nesta etapa, bem como certos detalhes deste dispositivo que tem um lugar central na teoria das defesas e na estruturação do aparelho psíquico.

TEMA 1  RECALQUE ORIGINAL

Como mencionado, é necessário certas condições para que o recalque entre em ação, pois a satisfação de uma pulsão sendo sempre prazerosa, o que justificaria a ação desta defesa chamada recalque?

A resposta a esta questão é que a pulsão submetida ao recalque se fosse realizada produziria prazer em um lugar e desprazer em outro. Concluindo-se, portanto, que para que este mecanismo de defesa possa operar é necessário haver previamente uma separação entre a atividade psíquica consciente e a atividade psíquica inconsciente.

Assim, compreende-se que a pulsão recalcada foi submetida a esta defesa porque a sua realização produziria a satisfação no inconsciente, mas seria incompatível com os conteúdos da consciência, gerando, então, neste sistema, uma quantidade de desprazer consideravelmente maior que a quantidade de prazer que produziria se chegasse a seu termo.

O recalque original consiste na primeira fase do recalque. Nesta fase o representante da pulsão é impedido de acessar a consciência. Com este impedimento é estabelecida uma fixação entre este representante que foi impedido e a pulsão representada, permanecendo ambos fora da consciência no inconsciente.

Esta pulsão permanece tencionando, buscando seu escoamento por meio da consciência para obter o alívio da pressão, por uma descarga de energia, pela ação motora. Com esta pressão represada pelo recalque, a representação recalcada produz ligação com outros representantes, promovendo uma cadeia associativa entre estes conteúdos representacionais.

Esta representações associadas são também direcionadas para o acesso à consciência, porém sofrem o mesmo processo que o representante original. A este processo de recalque dos conteúdos associados chama-se recalque propriamente dito.

Assim, não apenas a representação original é alvo da defesa do recalque, mas também os substitutos desta representação. Diante desta hipótese é que se propõe a associação livre como método de tratamento que visa fazer emergir o conteúdo que está sob o recalque à consciência e, assim, aliviar a pressão produzida para se apresentar neste sistema, traduzindo esta pressão pulsional como fala. Possibilitando a realização da pulsão agora elaborada pela sua expressão simbólica (fala) no campo da consciência e, se for o caso, na efetivação de uma ação mecânica possível.

TEMA 2  O REACALQUE E SUA FORÇA DE ATRAÇÃO

A teoria freudiana ressalta que tão importante quanto o movimento de repulsão que atua a partir do consciente sobre o conteúdo recalcado é considerar o poder de atração que o recalcado original mantém e exerce sobre tudo o que consegue estabelecer conexão.

O recalque, ainda que consiga afastar da consciência a representação incompatível, não impede que este representante pulsional continue existindo no inconsciente e continue se organizando na formação de novos derivados, e com estes estabelecendo ligações associativas.

O representante pulsional, uma vez que está afastado da consciência, se desenvolve de forma mais desimpedida e com maior riqueza. Ou seja, ele continua a proliferar-se em representações substitutivas, buscando uma brecha, uma falha no recalque para poder ter acesso à consciência.

Quando estes substitutos se afastam suficientemente do representante recalcado, seja pela incorporação de deformações, seja pela interpolação de certa quantidade de elos intermediários, o acesso à consciência é permitido.

Durante a prática da técnica psicanalítica, solicitamos continuamente ao paciente que produza as representações derivadas de recalcado que possam, em decorrência de sua distância ou de seu deformação, passar livremente pela censura do consciente. As ideias espontâneas que requeremos do paciente, solicitando-lhe que renuncie a qualquer ideia intencionalmente almejada e a toda crítica, nada mais são do que tais representações derivadas afastadas e distorcidas. É a partir delas que podemos reconstituir uma tradução consciente do representante recalcado. Observamos, assim, que o paciente é capaz de produzir devaneios percorrendo uma cadeia de ideias espontâneas desse gênero até o momento em que se depara com um grupo de pensamento cuja relação com o recalcado se manifesta tão intensamente que ele se  obrigado a voltar a repetir a tentativa do recalque. De modo análogo, os sintomas neuróticos devem ter preenchido as mesmas condições descritas acima, pois eles são os derivados do recalcado que, por meio dessas formações sintomáticas, afinal conquistaram o acesso à consciência que antes lhes era negado. (Freud, 2004 (1915), p. 180)

O recalque trabalha de modo individual, ou seja, cada representação derivada isolada tem um destino específico. Devido ao grau de deformação ou de distanciamento da representação originária, uma e outra representação podem ter destinos diversos. Uma pode vir a ter acesso à consciência e outra não, por exemplo.

Outra característica a ser ressaltada do recalque é que ele é altamente móvel. Isto é, ao contrário do que se poderia imaginar, que o recalque fosse um evento único e de efeito permanente, ele é altamente dinâmico, necessitando um investimento contínuo de força. Caso este investimento de força para que o recalque se mantenha ativo venha a ser interrompido, ele não funcionará a contento e deverá ser novamente investido de força para conseguir realizar a sua ação de defesa.

Diante desta pressão intermitente que o conteúdo recalcado exerce para ser admitido à consciência, o recalque necessita sustentar continuamente uma força na direção oposta, ou seja, uma contrapressão ao conteúdo recalcado para manter sua função e seu objetivo.

Portanto, a manutenção de um recalque pressupõe um dispêndio de força constante, ao passo que a suspensão do recalque significa, em termos econômicos, poupar esse dispêndio de força. Aliás, a mobilidade do recalque expressa-se também nas características psíquicas do estado de sono que possibilitam a formação onírica. Com o despertar, as cargas de investimento do recalque, que haviam sido recolhidas, são enviadas de novo. (Freud, 2007 (1915), p. 181)

Os sonhos seriam, portanto, a expressão das representações que durante o estado de vigília permanecem sob o recalque. Observamos, então, que se uma representação derivada não possui investimento de energia suficiente, fica mantida afastada da consciência, mas se obtiver uma quantidade maior de investimento poderá suplantar a força recalcante. Conclui-se que no estado de vigília, quando estamos acordados, via de regra, o recalque está sendo continuamente investido de energia psíquica para manter sob sua pressão os conteúdos incompatíveis à consciência. Enquanto que, durante o sono, a consciência tem seu investimento energético diminuído e, portanto, o recalque também, possibilitando a condição para que os conteúdos que estavam excluídos da consciência possam vir aí então se apresentar, na forma onírica, ou seja, como sonhos.

Destacamos nesta dinâmica do aparelho psíquico o fator quantitativo em funcionamento para o exercício, ou não, do recalque. Este é o nosso próximo assunto.

TEMA 3  O FATOR QUANTITATIVO

O fator quantitativo trata do aspecto econômico da teoria freudiana. Na elaboração da sua metapsicologia, Freud destaca três aspectos do aparelho psíquico, ou seja, três registros que estão em funcionamento simultâneo, por vezes suas metas e objetivos coincidem e em outras vezes não. As três dimensões do aparelho psíquico, de acordo com a metapsicologia, são:

  • Econômico;
  • Dinâmico;
  • Topográfico.

O aspecto econômico, como dito anteriormente, é relativo às quantidades de energia, cargas e investimento. Quanto maior a carga de afeto, mais pressão uma representação poderá exercer.

O aspecto dinâmico é relativo aos fluxos, aos caminhos e direções percorridas pelas forças e cargas de afeto. A dinâmica do recalque impõe às representações recalcadas um dinamismo em suas cargas de investimento para que busquem caminhos, se desloquem, percorram conexões e associações para encontrar um ponto de recalque com menor investimento de energia, e assim poder suplantá-lo.

E o aspecto topográfico delimita as regiões ou sistemas do aparelho psíquico. Cada sistema tem um funcionamento específico, por exemplo, no inconsciente o funcionamento deste sistema é regido pelo processo primário, ou seja, há um livre escoamento de energia psíquica entre as representações. As cargas energéticas deslocam-se com grande facilidade de uma representação à outra. Estes aspectos compõem a chamada metapsicologia freudiana.

O fator quantitativo é decisivo para o conflito, assim quando uma representação incompatível ou repulsiva é fortalecida além de certo nível, o conflito se atualiza, e é justamente sua ativação que traz a reboque o recalque.

Estas observações nos levam a perceber que em paralelo à representação há um outro elemento que também representa a pulsão,

para esse outro elemento do representante psíquico tem sido adotada a designação de quantidade de afeto; ele corresponde à pulsão na medida em que se desprendeu da representação e encontra expressão, de acordo com sua magnitude, em processos que se fazem perceber à sensação na forma de afetos. (Freud, 2007, [1915], p. 182)

 diferentes destinos possíveis do representante pulsional devido a este fator quantitativo, a saber, pode haver uma total exclusão do representante pulsional; ou surgir como um afeto mais determinado, ou é transformado em angústia.

Estes dois últimos destinos são particularmente estudados na teoria freudiana, pois tratam da transformação das energias psíquicas das pulsões em afetos e, de um modo mais especial, na transformação em angústia.

Garcia-Roza (1997) ressalta que do ponto de vista econômico é mais importante o destino do afeto ligado a um representante ideativo recalcado do que o destino do representante propriamente dito. Posto que, a parte quantitativa da pulsão só se exprime em afetos, surgindo por este motivo a possibilidade, pelo mecanismo do recalcamento, mantermos no inconsciente o representante ideativo da pulsão, mas não sermos capazes de impedir o desprazer que resulta da carga de afeto que estava ligada a ele.

Ora, se o motivo e o propósito do recalque era tão somente a evitação do desprazer, o destino da quantidade de afeto é o aspecto mais importante e decisivo para uma análise do processo do recalque. Pode-se afirmar que se um recalque não conseguiu impedir que surjam sensações de desprazer ou de angústia ele fracassou, ainda que tenha mantido afastado da consciência seu representante ideativo.

Diante deste fracasso é que se produz a terceira fase do processo do recalque chamada o retorno do recalcado. É um processo derivado do recalque mas que não se confunde com ele, pois tem uma organização diferente na formação de elementos substitutos, ou sintomas. E que surgirão a partir dos elementos representativos da pulsão que não submergiram ao recalque.

Partindo deste processo de retorno do recalcado que Freud vai analisar os diferentes destinos do representante ideativo e do afeto por meio de três quadros clínicos: a neurose de angústia, a histeria de conversão e a neurose obsessiva.

TEMA 4  O RECALQUE NA HISTERIA

Na histeria de conversão o processo de recalcamento é em geral bem sucedido, na medida em que consegue provocar o desaparecimento total do afeto. Ainda que no lugar do afeto desaparecido surjam sintomas que produzem também desprazer, contudo, em geral, estes não são acompanhados de angústia.

O conteúdo representacional foi expulso da consciência por completo, mas no lugar deste surge na histeria de conversão como formação substituta e, ao mesmo tempo como sintoma, uma inervação ultraforte, somática, podendo ser ou de natureza sensória (sensação) ou de natureza motora (movimento).

Esta inervação pode surgir como excitação ou inibição, ou seja, a pessoa pode sentir em determinada região do corpo uma sensação que lhe parece ser específica, ou estranha, mas não havendo aparentemente nenhuma explicação razoável (do ponto de vista orgânico) para que esta tenha surgido. Ou ainda, por meio da excitação ou inibição do movimento, em que uma parte do corpo se mantenha inerte mesmo com a intenção de movê-la, as conhecidas paralisias que chamou inicialmente a atenção de Freud e que lhe despertou o interesse pela investigação do inconsciente.

Freud (1915) considera que o recalque da histeria fracassa por completo, pois só é viável à custa de um grande número de formações substitutivas, sintomas. Entretanto, se se observar pela quantidade de afeto eliminada, esta sim sua tarefa principal, ele obteve sucesso. Aliviando em alguma medida a pressão realizada pelo representante pulsional. Por fim, o processo de recalque da histeria de conversão encerra-se com a formação de um sintoma, neste caso, conversivo.

Uma conversão bem sucedida é, pois, uma garantia de ausência de ansiedade, já que provoca o desaparecimento completo da quota de afeto. No caso de o recalcamento não ser bem feito, os sintomas podem ser acompanhados de ansiedade, o que provoca a formação de um mecanismo fóbico para evitar o desprazer. No entanto, na histeria de conversão processo de recalcamento geralmente se completa com a formação do sintoma, não havendo necessidade de outros mecanismos complementares. (Garcia-Roza, 1997, p. 165)

TEMA 5  O RECALQUE NA NEUROSE OBSESSIVA

Há um pressuposto que afirma que na neurose obsessiva há uma regressão, por intermédio do qual um desejo sádico entrou no lugar de um desejo amoroso. Esta regressão se refere a um período de ambivalência na constituição do objeto amoroso, em que o mesmo objeto é alvo de impulsos hostis e impulsos amorosos.

Por conta desta ambivalência pode não ser claro se o representante que está submetido ao recalque é o anseio amoroso ou o anseio hostil, pois na neurose obsessiva o recalcamento inicialmente é eficaz, substituindo por deslocamento o representante ideativo e com isso fazendo desaparecer o afeto. Porém, este sucesso tende a se dissipar com o tempo, revelando uma falha no processo de recalcamento.

A partir de então, há o processamento de uma formação reativa ao representante que logrou escapar da ação do recalque. A ambivalência que possibilitou a ocorrência do recalque pela formação reativa é o mesmo ponto em que possibilita o retorno do recalcado vir à tona. O afeto desaparecido retorna transformado em medo social, em medo da própria consciência moral e na forma de uma repreensão impiedosa. A representação rechaçada é com frequência substituída por meio de um deslocamento para algo menor, ou indiferente, portanto, ocorre uma substituição por deslocamento.

Em geral, na neurose obsessiva, há uma forte tendência a restaurar a representação recalcada de forma completa e intacta. O fracasso do fator quantitativo, afetivo, que ocorre no recalque, põe em jogo o mesmo mecanismo de fuga por evitações e proibições ao qual é possível de encontrar também na formação da fobia histérica.

A representação, contudo, é rechaçada do consciente e mantida obstinadamente afastada, pois com esse afastamento se logra o travamento motor do impulso, ou seja, efetua-se o impedimento da ação. Assim, o trabalho de recalque na neurose obsessiva resulta numa luta sem êxito e sem fim. Permanecendo o sujeito num constante e fatigante trabalho de “ir e vir”, devido à ambivalência que se apresenta como característica marcante deste quadro clínico.

NA PRÁTICA

Partindo da teoria do recalque é possível compreender como a associação livre pode lograr êxito como método de tratamento. No convite realizado ao paciente para que fale livremente, evitando qualquer tipo de julgamento sobre o que diz, o analista está advertido sobre o processo do recalque, seu funcionamento e suas características.

O analista, conhecendo a hipótese freudiana, sabe que o recalque opera na representação individualmente e dinamicamente, ou seja, a fala despretensiosa é o escoamento livre de energia psíquica por meio dos representantes que a compõem.

Na medida em que o recalque se realiza sobre um representante os demais que o substituem podem ser recebidos à consciência, contudo, mantendo certa distância e deformação em relação ao representante incompatível.

As chamadas psiconeuroses de defesa – histeria, fobia, neurose obsessiva – são resultantes do processo falível do recalque. Cada uma destas psiconeuroses apresenta uma forma de reagir ao retorno do recalcado, ou seja, os substitutos e sintomas advindos do recalque propriamente dito.

O objetivo de uma análise, de acordo com a teoria freudiana, não é fortalecer o recalque para que este seja infalível. Posto que é o recalque também um fato de estrutura, seu modo de operação não é o objetivo da análise. Mas sim, a elaboração dos conteúdos que sob o recalque permanecem.

Nestes casos, a elaboração se refere à possibilidade de reconhecimento na consciência dos representantes pulsionais reprimidos, mesmo que distorcidos ou afastados do representante original. A partir deste reconhecimento, que se dá pela fala, compreendendo esta como a via motriz e simbólica por excelência, o dispêndio de energia para manter o recalque é amenizado, bem como o desprazer da representação pulsional, que se dilui no processo analítico.

FINALIZANDO

Foi ao se defrontar com o fenômeno clínico da resistência e ao empreender a superação da teoria do trauma que Freud foi levado a produzir o conceito de recalcamento. A teoria do trauma admitia que as manifestações neuróticas seriam decorrentes de um trauma psíquico sofrido na infância e provocado por uma acontecimento em face do qual o indivíduo não teria tido condições de realizar a ab-reação.

Assim, impossibilitado de se defender do acontecimento de uma forma normal, o indivíduo empreenderia uma defesa patológica. O objetivo do procedimento hipnótico seria, neste caso, possibilitar a revivência da experiência traumática e a consequente ab-reação do afeto ligado a ela.

Quando Freud abandona a hipnose e solicita aos seus pacientes que procurem se lembrar do fato traumático sem o auxílio deste recurso, ele passa se defrontar com um fato novo que era inteiramente ocultado pelo próprio método que empregava: a resistência por parte do paciente que se manifestava como falha de memória ou de incapacidade de falar sobre o tema.

Essa resistência foi interpretada por ele como o sinal externo de uma defesa que teria por finalidade manter fora da consciência a ideia ameaçadora. A defesa era a censura exercida pelo ego sobre a ideia ou conjunto de ideias que despertavam sentimentos de vergonha e de dor.

O que constitui a defesa é, portanto, a impossibilidade de uma conciliação entre uma representação ou grupo de representações e o ego, o qual se transforma em agente da operação defensiva.

Freud define o recalcamento como o processo cuja essência consiste no fato de afastar determinada representação do consciente. O objeto do recalcamento não é a pulsão propriamente dita, mas um de seus representantes, no caso, o representante ideativo (Garcia-Roza, 1997, p.153).

REFERÊNCIAS




FREUD, S. Escritos sobre a psicologia do inconsciente. Trad. Luiz Alberto Hans. Rio de Janeiro: Imago, 2004.

FREUD, S. Introdução ao narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros textos. São Paulo: Companhia das letras, 2010.

FREUD, S. Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. Rio de Janeiro: JZE, 1997.

LAPLANCHE; PONTALIS. Vocabulário de Psicanálise. Tradução Pedro Tamen. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 







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